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A mineração do bitcoin está centralizada na China

Desde o início de 2018, o número de propostas de arrendamento dos chamados “hotéis de mineração” – onde os proprietários de fazendas de mineração podem colocar seus equipamentos por uma taxa – aumentou em seis vezes.

Andreas Antonopoulos: “devemos saudar a centralização de mineração na China”

A Comunidade de mineiros de bitcoin, uma associação muito valiosa e poderosa, parece ter sempre este “elefante na sala”. Estamos falando do domínio da China no volume global das minerações em bitcoin. Esta situação não é vista como positiva para o BTC.

Esta era uma constante fonte de medo, tanto dentro como fora da comunidade, quando em 2014 se tornou evidente o fato da centralização da mineração do BTC dentro das fronteiras chinesas. Em relação a este tema, o conhecido mentor de bitcoin e palestrante profissional, Andreas Antonopoulos tem a sua própria perspectiva sobre as coisas. Ele acredita que, em geral, esta situação pode ser considerada como positiva ao invés de negativa.

Falando recentemente no meetup Bitcoin, que ocorreu em Los Angeles, Andreas levantou diretamente a questão da centralização da mineração do bitcoin na China, onde, no momento, existem mais de 70% das instalações de mineração, o que acaba autenticando cerca de 95% de todas as transações comerciais efetuadas na moeda.

O crescimento chinês

Até 2014, a indústria caminhava em favor da China. Na época, a América também era responsável por uma parcela significativa da mineração do bitcoin.

Andreas brincou que, se a centralização da mineração fosse formada, por exemplo, na Suécia, a Comunidade não estaria sujeita a um ataque tão forte.

“Pra ser honesto, todos nós não teríamos essa conversa se a centralização da mineração fosse na Suécia. Todos estaríamos gritando Super! Ótimo! “

Quanto a esta questão, o ponto de vista Andreas é original e vale a pena averiguá-lo. Ninguém mostrou qualquer grande conspiração em nome da centralização do Bitcoin na China, a fim de assumir o controle de toda a indústria.

É uma mera coincidência, além da presença da tendência geral da China com o desenvolvimento econômico e industrial, o que só aumenta o crescimento da indústria Bitcoin no país. Todos estes fatores se uniram formando a situação em que nos encontramos hoje.

De acordo com Andreas, o afluxo maciço da produção de eletrônicos na China começou por volta de 2012. A cada dezesseis horas há uma nova fábrica no país. Apenas esse ritmo é responsável pelo igualar do ritmo de crescimento da China como um todo.

No ano passado, de acordo com o Greenpeace, o governo chinês aprovou a construção de mais de 150 usinas de energia movidas a carvão nos primeiros nove meses, sendo responsável por 4 novas estações a cada semana, e esse número não inclui as usinas hidrelétricas chinesas, que também estão sendo construídas em grande número.

Isso cria um excedente de energia elétrica, que é usado pelos mineiros chineses de bitcoin. Caso contrário, essa energia seria simplesmente perdida. Andreas chama o Bitcoin de “bateria” para o crescimento econômico da China, da qual deriva a sua atitude e aprovação para a mineração do bitcoin na China. Ele afirma:

“Você pode pensar nisso como algum tipo de desperdício ou um de ‘fenômeno de Mining’, mas eles estão fazendo algo que resolve o seu problema. Eles têm excesso de eletricidade, e isso não pode acontecer, nada pode ser perdido (mas como armazenar?). Eles simplesmente chegaram a uma solução criativa para este problema através da conversão de energia em uma nova forma de dinheiro, ou seja, transformando o bitcoin em uma bateria. Esta bateria armazena energia sob a forma de bitcoins, que podem ser utilizados para recomprar a eletricidade, óleo e outras formas de energia. O Bitcoin é um mecanismo de armazenamento de energia para eles, e eu acho que isso é uma grande ideia!”

Mais espaço para a China

Provavelmente, os cínicos argumentarão que os mineiros da comunidade chinesa podem se beneficiar e que seus atos podem vir à ameaçar o sistema global. No entanto, Andreas não entende esse medo e, para certas coisas, vê valor para todas as partes envolvidas.

“Eu não estou preocupado com a centralização da mineração na China, porque os incentivos são muito altos para tentar resistir. A única maneira de avançar é jogando pelas regras do consenso”.

Assim, quando pensa sobre se o governo chinês vai apertar os regulamentos sobre o Bitcoin, Andreas diz que “provavelmente não”, referindo-se ao fato de que as operações de mineração poderiam apoiar uma cidade ou vila, assim como fizeram as fábricas produtoras de carros nos Estados Unidos em 1950-1960. O Bitcoin é uma espécie de produção caseira, que cria postos de trabalho e receitas que o governo chinês não é capaz de substituir com qualquer outra coisa em áreas remotas, onde há muitas fazendas de bitcoin.

Mais uma vez, o Bitcoin não faz mal, ele só cresceu desde que a China assumiu o controle do mercado livre de mineração bitcoin. Talvez as grandes corporações ocidentais de bitcoin espalhem as sementes de dúvida sobre a China, mas do ponto de vista de Andreas, esta imagem negativa, associada com a China, já se desenvolveu, e mais mostrou resultados positivos. Para ele, essas ameaças são mais propagandas que algo real.

O Bitcoin agora funciona tão bem (se não melhor), do que três anos atrás, quando ele começou gradualmente a fluir para a mineração chinesa. A única diferença é que a China tornou-se o lugar com mais votos para tomar decisões em grande escala. Andreas não acha que esta situação continuará para sempre, e de modo  geral acredita-se que eventualmente as operações de mineração escalarão, se expandindo para novas localidades, aumentando ainda mais a dispersão da tecnologia.

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2 Comentários

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    • Thiago

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