Como preços baixos e Machine Learning prejudicam a taxa de hash do Ethereum

A Ethereum é uma das redes mais poderosas do planeta. Uma das principais razões por trás dessa alegação é o fato de que sua rede é protegida por quase 200 Gh/s de hashrate. Isso significa que toda a segurança e o ecossistema da rede desmoronariam se esse número fosse baixo o suficiente para sustentar um ataque econômico viável de 51%, forks indiferenciados etc.

E agora, com o Ethereum (ETH) testando a barreira psicológica de 100 USD neste mercado de urso sem fim, as recompensas dos mineradores podem ter começado a ficar muito baixas, sendo que dessa forma, eles estão procurando por opções mais lucrativos.

O delicado equilíbrio entre hashrate e recompensas dos mineradores

Antes, mineiros obtinham suas próprias placas gráficas para minerar Ethereum porque acreditavam na ideia, ou até mesmo porque queriam acumular mais ETH para possíveis ganhos futuros/propósitos de desenvolvimento, sendo que atualmente, a maior parte da comunidade faz por puro e simples lucro.

Isso é ainda mais verdadeiro considerando todas as corporações ao redor do mundo que iniciaram algum desenvolvimento de mineração.

Em toda essa indústria de mineração, há um delicado equilíbrio entre o quão alto é o Hashrate do Ethereum e os incentivos que os mineradores possuem para realizar esse trabalho, que é a recompensa em si – que hoje é algo em torno de 3 ETH, ou cerca de 350 a 450 USD.

Dado o fato de que por 1 MegaHash/s um minerador está sendo premiado com 0,0126 USD/dia, a soma total é ruim quando se extrai apenas os custos elétricos dos ganhos mensais. Nesse sentido, se o ETH não conceder à pessoa o suficiente para manter suas máquinas ativas, então são mais alguns hashes por segundo que deixam a segurança da rede mais vulnerável.

Machine Learning

O Aprendizado de Máquina (em inglês, Machine Learning ou AI Learning) é, simplesmente, a ciência de criar uma forma ou tipo de inteligência autônoma, fazendo com que os programas de máquina se comportem mais como seres humanos. Este é um negócio sério, com uma quantia ainda mais séria de dinheiro por trás.

De acordo com algumas conversas online entre empresas de mineração, é possível ganhar mais de 3x o valor arrecadado através da mineração com Ethereum, apenas alugando seu poder de processamento para Machine Learning.

Existem até sites que dizem que o usuário é capaz de adquirir mais de 3 dólares por dia com uma simples placa de vídeo 1080.

Essa enorme mudança pode ser visualizada na página de Hashrate do EtherScan, onde quase 20% de todo o Hashrate da Ethereum foi construído desde 16 de novembro – e isso pode ser apenas o começo.

Luz no fim do túnel

Embora tudo isso seja super grande, boa parte da comunidade de mineradores é composta de indivíduos realmente interessados em criptografia e que estiveram nela desde o início – e mesmo que eles decidam ir atrás do Machines Learning, é possível que algum tipo de plano de contingência seja implementado, como a redistribuição de apenas 40 a 50% de seu poder de processamento em outra coisa enquanto esperam que o mercado de urso seja encerrado.

Outra coisa em jogo aqui é a situação de Mercado x Demanda, que pode ser aplicada nos dois sentidos. No lado do Machine Learning, quanto maior a demanda existente por aluguel, mais o preço por ela cairá. Infelizmente, no lado do Ethereum, quanto menos mineradores no ecossistema, mais bloqueios e recompensas para aqueles que ficam.

Então, pode-se dizer que, no final, o livre mercado poderia proporcionar estabilidade para ambas as situações sem que nenhuma delas sofresse. Logo, embora as coisas pareçam sombrias agora, o equilíbrio está a caminho.