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Provenance uma blockchain que virou selo de qualidade

Você conhece a Provenance? Uma blockchain criada pra registrar a origem dos produtos, garantindo que você não compre gato por lebre.

Como nasceu

Jessi Baker, fundadora da plataforma de tecnologia blockchain Provenance, prevê um futuro em que todos os produtos físicos possuirão um histórico digital, permitindo que as pessoas rastreiem e verifiquem suas origens, os atributos e a propriedade dos produtos. É hora de um novo alvorecer de transparência no varejo.

Ela já pensava muito nisso e decidiu abandonar seu doutorado em informática para se dedicar a seu projeto, pois acreditava que ele era muito importante para ser abandonado. O doutorado entrou em modo stand by, e ela voltou todas as suas atenções e tempo para a Provenance.

Por que nasceu

A plataforma de software é um meio para ajudar as pessoas a descobrir as origens dos produtos, verificando se sua produção segue uma norma ética e sustentável. Esse é um projeto voltado exclusivamente para a transparência na cadeia de suprimentos e que, ao mesmo tempo, pode promover as marcas na medida em que elas se comprometam com a qualidade e ética de seus produtos.

No coração da Provenance, como não podia deixar de ser, está a tecnologia adjacente ao Bitcoin, a blockchain que já algum tempo deixou de ser parte dele, ganhou vida própria e novos usos.

A Blockchain é um meio de gravar e armazenar enormes quantidades de dados transacionais. Os dados ali armazenados não podem ser excluídos ou modificados e podem ser vinculados a qualquer produto físico, desde grãos de café a até aviões.

Através da rotulação dos produtos com uma etiqueta inteligente e exclusiva, todos os dados do produto podem ser lidos em tempo real, desde a sua plantação ate o momento da compra. Como foi feito recentemente com os vinhos pela Everledger, que demonstrou ter poder de monitorar o vinho desde a colheita da uva ate a mesa do consumidor.

“A Provenance encoraja as marcas a oferecerem os dados sobre sua cadeia de suprimentos”, explica Baker. “Pedimos-lhes para provar esses dados, rastreá-los e eles ainda devem fornecer links de volta com os materiais comprovados. Dessa forma, podemos verificar uma proveniência ética. Não somos uma organização ao estilo WikiLeaks, escavando o mal. Queremos dar ênfase as empresas que realmente estão tentando ser éticas”.

Onde tem atuado

Em 2016, a Provenance completou um teste de seis meses acompanhando o atum capturado eticamente na Indonésia. Os pescadores enviaram mensagens de texto detalhando suas capturas que foram adicionadas à cadeia da Provenance, efetivamente anexando um “token” digital ao peixe enquanto esse passava pela cadeia de suprimentos.

O supermercado Co-op então realizou um teste de inclusão de produtos no sistema Provenance e a equipe agora trabalha com mais de 200 marcas. Entre eles, Archie Rose Distilling, com sede em Sydney, Austrália. A empresa já estava interessada em levar seus clientes aos bastidores de produção: sua destilaria é projetada para mostrar seu processo de produção “do grão ao vidro”.

“A autenticidade é muito importante, especialmente em nossa indústria”, observa Dave Withers, mestre destilador da Archie Rose. “Ter um link que comprove a procedência de nossos produtos é importante, especialmente porque os consumidores estão começando a perder o rastreamento de onde as matérias-primas são originárias”.

A estrutura de Provenance não só beneficia o cliente. As marcas que podem provar que suas cadeias de suprimentos foram bem geridas, e isso pode agregar valor a seus produtos. A transparência pode se tornar uma vantagem competitiva.

Nova perspectiva de mercado

Em meio a uma mudança na percepção de valor das pessoas, a autenticidade é a moeda real hoje, sugere Scott Ewings, diretor-gerente do estúdio de desenvolvimento de produtos Big Radical, com sede em Londres. “Existem muitos setores de negócios em que a proveniência é importante; comida e bebida certamente – o escândalo de carne de bovina de 2013 é um exemplo extremo”.

A Provenance, com sede no Reino Unido, tem agora emprega 10 funcionários e atua em quatro países, e Baker está entusiasmada e pronta para enfrentar os novos desafios. Ela observa que menos de um por cento de todas as marcas são eticamente certificadas. “Temos a oportunidade de ajudar a mudar isso. Queremos ajudar a provar o excelente trabalho que as pessoas estão fazendo”.

Acima de tudo, Baker e seus colegas da Provenance querem nutrir as empresas que estão fazendo as coisas bem ao invés de criticar aqueles que não estão. “Queremos reforçar o bem e conseguir o bem para se espalhar rapidamente”.

Em meio ao mundo atual, essa é uma visão diferente e inovadora que deveria ser adotada por mais pessoas.

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