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O primeiro mês de Trump pode virar contra ele

Um movimento específico - imigração e restrição de vistos - pode ter efeitos imediatos no futuro da Blockchain, mas outras políticas do Trump também colocarão sua marca no mundo criptográfico.

Não se passa um único dia sem que o presidente Trump esteja nos noticiários. Um grande banidor de muçulmanos, inimigo do Islã, alguém que quer ajudar os países muçulmanos em guerra, ou simplesmente um lunático tirano, alguém que não sabe a diferença entre pessoas e terroristas? Basicamente tudo depende de quem vê, e como a pessoa vê os fatos. A pergunta aqui é se ele e seus movimentos serão benéficos para o Bitcoin e a Blockchain, ou não.

Um movimento específico – imigração e restrição de vistos – pode ter efeitos imediatos no futuro da Blockchain, mas outras políticas do Trump também colocarão sua marca no mundo criptográfico.

“Aquele maldito muro de m****”

Vicente Fox, ex-presidente do México, descreveu o muro do Presidente Trump apenas nesses termos diretos. Se o muro surgir e as relações entre os EUA e o México chegarem num patamar amargo, isso afetará imediatamente as cidades fronteiriças de ambos os lados entre os EUA e o México.

O Financial Times, por exemplo, destacou o impacto das ações de Trump sobre o mercado imobiliário na Califórnia e na Flórida, e citou a Associação Nacional de Corretores de Imóveis, dizendo que “a porcentagem de mexicanos comprando casas nos EUA caiu de 7,9% nas vendas internacionais em 2012 para 4,6% Ano passado. “

O México é o segundo maior mercado de exportação dos Estados Unidos e o terceiro maior fornecedor de importações. Em 2016, os Estados Unidos registraram um déficit comercial de US$ 59 bilhões com o México.

Se Trump estivesse taxar bens mexicanos para recuperar o custo do muro, só o Texas, o efeito seria assolador. Como o político republicano do Texas, Rube O. Villareal twittou:

“Um imposto de 20% sobre importações do México para pagar o muro de Trump, isso teria o mesmo impacto que um furacão categoria 5 sobre o estado, sendo catastrófico e difícil de superar”

O status do dólar fica duvidoso

A proibição muçulmana do Presidente Trump, ou melhor, o que está sendo veiculado como uma, mas na realidade pode não ser o termo técnico, também está levantando questões.

Embora nenhum dos países que foram selecionados para a “proibição” são contribuintes significativos de atividades terroristas nos Estados Unidos, os países que foram deixados de fora, representaram uma ameaça maior no passado.

O que é mais preocupante é o impacto que esta proibição terá em termos de ramificações. Um dos países nessa lista de proibição de viagens é o Irã, que produz 5,1% do petróleo do mundo. Com esta atitude, o Banco Central do Irã decidiu abandonar o dólar.

O jornal financeiro do Irã, o Financial Tribune reportou uma declaração do diretor do banco central iraniano, Valiollah Sief dizendo que: “As dificuldades do Irã em lidar com o dólar estavam em vigor desde o momento das sanções primárias e essa tendência está continuando, mas não enfrentamos limitações em relação a outras moedas”.

Caso Trump enfureça significativamente o mundo muçulmano, então o status do dólar americano como moeda de reserva do mundo viveria um momento tenebroso. Na verdade, sua “proibição muçulmana” já enviou o dólar em uma espiral descendente, especialmente contra o iene, que atua como uma espécie de cobertor tradicional de segurança.

China pulando fora do barco do dólar

O Presidente Trump tem sido duro com a China. Ele se referiu ao gigante asiático como um manipulador de moeda, ele também decidiu ser mais proativo nas questões relacionadas ao Mar da China Meridional.

Isso tem levado a grande agitação em Pequim que, como se sabe, possui uma grande parte da dívida dos Estados Unidos.

Desde as mais recentes declarações de Trump, os chineses têm vendido os títulos americanos. Muitas dessas vendas ocorreram para fortalecer o combalido Yuan chinês. Tanto é, que a CNN Money observou em uma de suas declarações:

“Desde maio, o valor das participações do Tesouro da China caiu em cerca de US $ 195 bilhões. O Japão passou a China em outubro para se tornar o maior proprietário estrangeiro da dívida dos EUA.”

Curiosamente, o Japão também está abandonando a dívida dos Estados Unidos, enquanto a Rússia, o Brasil, a Arábia Saudita e o Reino Unido vêm acumulando esses papéis. As políticas de Trump, de fato, afundarão ainda mais os Estados Unidos em dívidas e, conforme o Comitê dos Estados Unidos, responsável pelo orçamento federal, observou a dívida dos EUA aumentaria para 129% do PIB até 2026.

Acrescente a isso o aparente fim da bolha de títulos, já que as principais economias abandonam a dívida dos Estados Unidos e os parcos planos de recompra da tesouraria de Trump. As chances de que o dólar esteja sob pressão no futuro são bastante altas.

Imigração da Índia

Na Índia, a maior preocupação sobre Trump é a sua posição sobre a imigração, especialmente aquela obtida através dos vistos H1B. Esses vistos são cruciais para a indústria indiana de tecnologia da informação (TI). Em entrevista ao Economic Times, R Chandrashekhar, presidente da Nasscom, o centro da política pública de TI da Índia descreveu suas visões sobre os planos de vistos de Trump:

“Se qualquer um destes planos se materializar, então certamente as empresas terão de lidar com isso. Acreditamos que a economia dos Estados Unidos, como um todo, tem uma escassez de habilidade na área tecnológica de ponta e, em especial, escassez de habilidade na área relacionada com TI. É uma realidade, dado que até 2018 essa escassez só vai aumentar e haverão pelo menos um milhão de empregos não preenchidos, porque não há pessoas com essas habilidades disponíveis “.

Efeito Trump no Bitcoin e na Blockchain

Trump terá um efeito tanto positivo quanto negativo no Bitcoin e na Blockchain. O Bitcoin pode realmente estar ganhando enquanto Trump sistematicamente destrói a economia dos EUA.

As ações de Trump na China e no mundo muçulmano terão represálias econômicas significativas, e o fim do dólar norte-americano como moeda de reserva poderá ser acelerado. Muitos vão defender a adoção do Bitcoin e outras moedas como moedas de reserva em seu lugar.

O impacto dos limites de imigração pode ser negativo, já que o Vale do Silício e outras áreas dos Estados Unidos são centros significativos de TI. A falta de mão-de-obra terá efeitos imediatos no desenvolvimento de novos projetos, em especial nas empresas em fase inicial. Esse efeito poderá ser amenizado com o tempo, à medida que novos profissionais da área surjam dentro do país.

Alternativamente, a proibição de imigração pode ser ainda mais uma parte da indústria no exterior, onde as restrições de visto sejam menores. Como vimos nos primeiros dias da presidência de Trump, seu hábito de emitir decretos causa transtornos e perturbações significativas.

O Bitcoin, nestes tempos, pode atuar como ouro digital e pode ser um ativo de reserva de valor e estabilidade, pois não é afetado pela politica e ações de governo algum.

Em geral, não é um mau momento para investir em Bitcoin, mas Trump é bom para Bitcoin e para a Blockchain da mesma forma que a erupção de um vulcão maciço.

O ponto aqui é que, hoje em dia, nem a blockchain nem o Bitcoin precisam dos EUA para viver. Como vimos mês passado, com o dump chinês sobre o Bitcoin, ele tem estofo e resistência, mesmo quando seus maiores usuários se assustam. Então, o Bitcoin, como as baratas e escorpiões, sobreviverá à bomba Trump.

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