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Serviço de Segurança da Ucrânia apreende criptomoedas pertencentes a fundador da ForkLog e leva todo seu equipamento de escritório

Tribunal ordena que SBU devolva parte dos bens apreendidos da ForkLog; representantes da revista continuam a ser chamados a interrogatórios.

No dia 15 de dezembro, às 8:00 no apartamento alugado do fundador da maior revista russa de criptomoedas e Blockchain (ForkLog), Anatoly Kaplan (Klimov), surgiram representantes do principal departamento de investigação do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) com duas testemunhas e iniciaram uma busca.

A base para isso foi um processo criminal contra um grupo de indivíduos dos Estados Unidos e Ucrânia que, de acordo com a investigação, desenvolveram um esquema criminal para apreender dinheiro de cartões de terceiros.

Como os suspeitos alegaram aos representantes do SBU, eles “trocaram Bitcoin por hryvnia ucraniana usando o recurso de internet, Forklog”. Vale ressaltar que essas informações fornecidas não são verdadeiras, pois a funcionalidade que permite tal troca não está disponível no site, e a ForkLog nunca forneceu nenhuma “ajuda” desse tipo a ninguem. Além disso, nenhum dos indivíduos mencionadas no documento está, de qualquer forma, relacionado com as atividades da ForkLog ou com seu fundador.

Durante a busca, funcionários do SBU apreenderam vários dispositivos com criptomoedas armazenadas, um laptop e outros pertences pessoais de Anatoly Kaplan. Ao mesmo tempo, um dos oficiais do SBU tentou abertamente transferir os Bitcoins para sua carteira durante a busca e, vendo isso, o advogado de Kaplan chamou a polícia, relatou a alegada tentativa de assalto e chamou a tropa. Depois disso, tais tentativas cessaram.

No entanto, no dia seguinte à busca, todos os ETH presentes na carteira Ethereum pertencente a Kaplan foram transferidos a uma carteira recém-criada, que aparentemente pertence ao Serviço de Segurança. Além disso, de acordo com Anatoly Kaplan, na noite do mesmo dia, pessoas não identificadas tentaram retirar 3 mil hryvnia do seu cartão de crédito pessoal (cerca de 110 dólares americanos).

“Na minha opinião, esta situação ilustra diretamente um dos possíveis cenários para o desenvolvimento da relação entre o Estado e a comunidade de criptomoedas, por isso decidimos chamar a atenção para o assunto. Pois não se trata tanto da proteção de meus interesses pessoais ou da ForkLog, e sim de proteger os interesses de toda a comunidade. Este evento é um aviso para todos que estão envolvidos com as tecnologias de Blockchain, não importando se você é uma pessoa pública ou não.

No momento, estamos trabalhando com advogados para devolver a propriedade apreendida. O que parece mais estranho é a prática de transferir criptomoedas para endereços controlados pelo SBU. Além das moedas ETH, algumas outras criptomoedas também foram transferidas para carteiras recém-criadas. A situação com Bitcoins ainda não está clara. Durante a busca, meu advogado identificou uma série de violações processuais, inclusive a interrupção de filmagens”, disse Kaplan.

Ao mesmo tempo, outra busca começou no escritório da ForkLog em Odessa, que resultou no confisco de dinheiro da empresa, todo o equipamento (cerca de dez dispositivos iMac) e uma garrafa de rum Kraken.

O advogado e sócio-gerente do escritório de advocacia Juscutum, Artem Afyan, é o encarregado de proteger os interesses do fundador da Forklog, que foi da vítima das ações do SBU. Na opinião dele, esse incidente é muito importante para toda a criptocomunidade.

“Os reguladores financeiros podem até assumir uma posição equilibrada e cautelosa, afirmando que ainda não estão prontos para fornecer uma definição às criptomoedas. Ao mesmo tempo, o sistema ucraniano de aplicação da lei demonstra por suas ações ativas que as criptomoedas são um bem valioso o suficiente para laçar ataques como esse. Normalmente, há buscas antes do Ano Novo, relacionadas ao roubo em joalherias, mas a tendência deste ano é a criptomoeda.

O fato de essa busca ser inútil no âmbito do caso investigado é inquestionável. Eles poderiam também realizar uma busca no escritório do First National TV Channel, alegando que estão vendendo armas, pois mostram histórias sobre isso, o resultado seria o mesmo”, disse Artem Afyan.

Além disso, de acordo com ele, deve-se prestar atenção especial e fazer uma avaliação do fato de a base para a busca ser uma informação na petição do interrogador, como se o câmbio de criptomoedas fosse feito com a ajuda da Forklog.

“Esta é uma incompetência flagrante, ou uma delusão deliberada do tribunal pelo investigador. Tal busca é uma prática comum do sistema de aplicação da lei ucraniano não reformado em relação a qualquer novo negócio. Os caras do TI já tiveram chance de se familiarizar com essa realidade alguns anos atrás, e agora o sucesso da indústria de TI é o orgulho do estado.

Contamos com a reação adequada das autoridades e com o rápido devolvimento dos computadores apreendidos durante a busca. Quanto ao retorno de criptomoedas e a responsabilidade da equipe de investigação, isso seria um caso significativo e exemplar. Planejamos fazer isso separadamente”, resumiu o advogado de Anatoly Kaplan.

Lembramos que a onda de buscas nos escritórios de empresas de TI e apartamentos de representantes individuais da indústria começou em 2015, quando cerca de 25 mil profissionais qualificados deixaram o país. Um dos casos mais notórios ocorreu no apartamento do fundador da Kuna Bitcoin Agency, Mikhail Chobanyan, cujo motivo foi um processo criminal anteriormente aberto sobre a postagem de informações a respeito da compra e venda de Bitcoin no site kuna.com.ua.

De acordo com várias fontes, as perdas do setor de TI devido às ações das agências de aplicação da lei totalizaram cerca de US$40 milhões, dos quais danos causados pela deterioração e apreensão da propriedade atingiram US$9 milhões.

Devido ao exponencial crescimento da indústria de criptomoedas em 2017, o Serviço de Segurança da Ucrânia começou a realizar incursões específicas em fazendas de mineração, embora elas não sejam proibida por lei. Acredita-se que a principal responsabilidade do SBU sejam as questões de segurança nacional, contudo, representantes da agência também ficam no pé dos mineradoes, imputando crimes, desde o contrabando de equipamentos até a evasão de impostos. Apesar da plétora de terminologia processual criminal, nada disso prova a ilegalidade da mineração.

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