Vitalik Buterin e OmiseGO anunciam boicote à conferência CoinDesk Consensus 2018

O criador do Ethereum, Vitalik Buterin, e a equipe do projeto OmiseGO anunciaram boicote à próxima conferência Consensus 2018, organizada pela CoinDesk. A razão para isso foi, em particular, dois materiais da agência – um contendo um link direto para um site de scam, e outro, informações “sensacionais” sobre o suposto futuro hardfork do Ethereum.

I am boycotting @coindesk‘s Consensus 2018 conference this year, and strongly encourage others to do the same. Here is my reasoning why.

1. Coindesk is recklessly complicit in enabling giveaway scams. See their latest article on OMG, which *directly links* to a giveaway scam. pic.twitter.com/WDr9uZ8XOw

— Vitalik “Not giving away ETH” Buterin (@VitalikButerin) 26 de abril de 2018

“Eu boicotarei a CoinDesk Consensus 2018 este ano e estou pedindo aos outros que sigam meu exemplo. Os motivos para isso são: 1. A CoinDesk promove de maneira irresponsável a divulgação de distribuidores de scam. Veja o artigo mais recente sobre o OMG [OmiseGO], que inclui *um link direto* para um  scamer”, escreveu Buterin em seu Twitter.

Ele também observou que alertou a mídia sobre tais erros no passado:

And this is *after* I publicly warned media to be very careful about such things. https://t.co/AxGyapFDAS

— Vitalik “Not giving away ETH” Buterin (@VitalikButerin) 26 de abril de 2018

A equipe da OmiseGO também se juntou a Buterin:

We have decided to join @vitalikbuterin in not attending #Consensus2018. We can’t in good conscience support a publication that puts its readers at risk through careless reporting and reacts with hostility rather than humility when the error is brought to its attention. https://t.co/mXjCj0g5IW

— OmiseGO (@omise_go) 26 de abril de 2018

Em segundo lugar, Buterin chamou a nota da CoinDesk sobre a controversa proposta EIP-999, que liberaria os 513 mil ETH bloqueados na Parity em novembro de 2017, de “sensacional”.

2. Their coverage of EIP 999 was terrible. They published a highly sensationalist article claiming the chain would split, when it was very clear that EIP 999 was *very far* from acceptance.

This is why pundits need to be replaced by prediction markets, ASAP. pic.twitter.com/6A7OWlx0nR

— Vitalik “Not giving away ETH” Buterin (@VitalikButerin) 26 de abril de 2018

 “A nota deles sobre EIP 999 foi horrível. Eles publicaram um artigo extremamente sensacional no qual foi anunciado que a rede havia sido dividida, enquanto já estava bem claro que a EIP 999 ainda estava *muito distante* de ser adotada”, afirmou Buterin.

Vale notar que no momento da publicação da nota da CoinDesk, já era conhecido que representantes da comunidade Ethereum votaram contra o desbloqueio dos ETH detidos na Parity, e os próprios desenvolvedores da Parity Technologies asseguraram que não estavam tentando realizar um novo hardfork do  Ethereum. Desde então, o material da CoinDesk foi repetidamente editado, contudo, as imagens do texto original podem ser facilmente encontradas na Internet.

Em terceiro lugar, Vitalik Buterin acusou a CoinDesk da política de “armadilhas”.

3. Their reporting policies are designed to trap you with gotchas. Did you know that if you send them a reply, and you explicitly say that some part is off the record, that’s explicitly on the record unless you go through a request/approve dance first? pic.twitter.com/8in6ZYSPbR

— Vitalik “Not giving away ETH” Buterin (@VitalikButerin) 26 de abril de 2018

“Sua política é projetada para pegar você. E você sabia que se lhes der um comentário, notando separadamente que uma certa parte dele não é para publicação, então é esta parte que será publicada em primeiro lugar, se você não se der o trabalho de passar pelo procedimento de solicitações/aprovações”, acrescentou Buterin.

Finalmente, ele observou que não pretendia apoiar a política “orientada para a renda” da Consensus 2018.

4. And by the way, the conference costs $2-3k to attend. I refuse to personally contribute to that level of rent seeking.

— Vitalik “Not giving away ETH” Buterin (@VitalikButerin) 26 de abril de 2018

“A propósito, a entrada para a conferência custa US$2-3 mil. Recuso-me a apoiar pessoalmente tal nível de ganancia por renda”, resumiu Buterin.

Por sua vez, o editor da CoinDesk, Pete Rizzo, chamou as acusações de Vitalik Buterin de “completamente ridículas”. Segundo ele, o caso da publicação do link para o site de scam foi único, e a equipe de publicação sempre “procede das melhores formas”.

Understand that you disagree with the coverage on ethereum. You’re more than entitled to that opinion. @coindesk is a fast-growing company that writes about a highly technical subject, and the creation of which requires many stakeholders, all of whom are acting in good faith

— Pete Rizzo (@pete_rizzo_) 26 de abril de 2018

Ele também chamou as declarações de Buterin de “fala típica de um valentão”.

Not only that but many have acted in good faith for years for the vision of a media platform that serves the public, when they could have accepted higher salaries elsewhere.

I’m sorry but this is a bully pulpit move and you’re better than this https://t.co/w6SzyT0Vzu

— Pete Rizzo (@pete_rizzo_) 26 de abril de 2018

Depois, o editr acrescentou que não permaneceria em silêncio e “não toleraria esse típo de m**rda de ninguém”.

 

Curious to see how #crypto will respond to @VitalikButerin‘s bullying and token tech solutionism@coindesk is a work in progress, and you’ll never hear me defend it as perfect.

But I have not bitten my tongue this long to take this kind of bullshit from anyone #SorryNotSorry

— Pete Rizzo (@pete_rizzo_) 26 de abril de 2018

Ao mesmo tempo, a equipe da OmiseGO escreveu no Twitter que “se não conferirmos nossas fontes, pessoas podem perder seus meios de subsistência”.

People’s livelihoods are on the line when we fail to vet our sources.

— OmiseGO (@omise_go) 26 de abril de 2018

“O comportamento da CoinDesk é mais do que apenas um erro. É importante que as publicações conduzam uma investigação completa quando falam sobre os projetos de token. O não cumprimento desta regra não só leva a ilusões, mas também prejudica diretamente os leitores, usuários e a integridade da tecnologia. As pessoas podem perder seus meios de subsistência se não verificarmos nossas fontes”, escreveram representantes da OmiseGO no Twitter.